Menino de 6 anos emociona ao colocar óculos pela primeira vez: 'Olha mãe, consigo ver o bicho daqui'

IVIAGORA


Enxergar um peixe de aquário a cerca de um metro de distância. Ver que a mãe é magra. Situações que podem parecer simples a qualquer pessoa que tem uma visão normal. Mas quando o Caio, de 6 anos, viu isso e muito mais, emocionou a família.

"Muito fina você tá", disse para a mãe. "Olha, eu consigo ver o bicho daqui. Olha o olho dele". Estas foram as primeiras frases do pequeno nos primeiros minutos com o óculos. Tudo registrado pela mãe e pela avó. "Tá muito legal", resumiu

A operadora financeira em Campo Grande, Patrícia dos Santos Gabas, de 28 anos, é a mãe 'fina' do Caio. Ela conta que fez todos os exames determinados pelo pediatra quando o menino nasceu, incluindo o teste do olhinho. Nada de errado foi detectado.

Quando Caio começou a ser alfabetizado, a professora comentou com a família que ele poderia estar com alguma dificuldade de visão, porém, em casa, seja fazendo atividades escolares ou de lazer, nenhum comportamento diferente havia sido observado.

Já no primeiro ano do ensino fundamental, novo alerta. A família então levou Caio ao oftalmologista e após dois exames, o resultado. "Foi realmente constatado que ele é uma criança que não enxerga quase nada", fala Patrícia, que no início se sentiu culpada por não ter percebido antes a dificuldade do filho, no entanto, a médica que a atendeu explicou que é normal só perceber a baixa visão na idade escolar, porque quando o grau é alto, a criança se condiciona a ver o mundo da maneira que 'aprendeu'.

"Não foi descuido meu. Eu até me culpei muito. Deveria ter enxergado com outros olhos. Ela [a médica] disse que não. Que as crianças que têm esse problema, são crianças que nascem com esse problema. Ele [Caio] nasceu e se condicionou com esse problema. Ele não tinha referência. Do jeito que ele estava enxergando estava bom. Por isso ele nunca reclamou", explica Patrícia.

Ela continua. "Quando começou a obrigação de enxergar o quadro, foi aí que veio a dificuldade. Foi aí que foi falado. Ele se condicionou. Sabia que para enxergar alguma coisa com mais nitidez, teria que ficar mais perto. Então, ele fazia dessa forma".

Com a baixa visão constatada e a necessidade de óculos com 2,5° devido ao astigmatismo e 1,5° por causa da miopia, Patrícia se emocionou e se surpreendeu quando, no dia 22 de abril deste ano, o filho passou a enxergar as coisas de longe e sem os embaçados. "Foi uma reação muito emocionante".